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BAIRROS PLANEJADOS / NOVO URBANISMO

Cidades caminháveis, moradores saudáveis

por Fortes Imóveis - 24/04/2024

Cidades caminháveis, moradores saudáveis

A forma como os espaços urbanos são projetados influencia não só a maneira como eles serão utilizados pelos indivíduos. Diferentes estudos reforçam o impacto que o planejamento de ambientes públicos e bairros tem no bem-estar físico e mental de seus habitantes. As cidades caminháveis, lugares com mais estrutura para caminhar e pedalar apresentam menores índices de doenças como diabetes e obesidade.

Agência Brasil, 22% afirmaram que fazem exercícios diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana e 8% duas vezes semanais. A adoção de uma rotina com atividades físicas é considerada por especialistas como um dos mais importantes meios de promoção e de cuidado com a saúde.

No entanto, incluir exercícios com regularidade no dia a dia não é uma tarefa fácil para uma grande parte da população, seja por causa da falta de tempo ou de recursos para isso. Outro fator entra nessa equação para dificultar que hábitos mais saudáveis sejam inseridos no cotidiano: o próprio desenho das localidades. Levantamento realizado pela cientista adjunta do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Toronto, Gillian Booth, demonstrou que pessoas que vivem em regiões onde caminhar e pedalar é mais acessível e seguro são mais ativas e menos predispostas a terem doenças como diabetes ou obesidade.

Felicidade e design ativo nas cidades

A concepção de ambientes mais caminháveis tem ainda efeitos na saúde mental e na felicidade das pessoas, trazendo benefícios nos segmentos social, econômico, ambiental e político. Andar a pé aumenta os níveis de endorfina, diminui o cortisol relacionado ao estresse e ajuda a dormir melhor, lista artigo do Public Square, jornal do Congresso para o Novo Urbanismo (CNU). A criação de lugares coletivos e de bairros que possibilitem que os seus usuários caminhem mais permite uma maior interação social, a construção de laços entre vizinhos e o desenvolvimento de um sentimento de pertencimento, conforme o relatório “Cities Alive (Cidades Vivas)”, da Arup – multinacional do setor de engenharia e design –, citado pelo CNU.

Outras vantagens das comunidades e regiões caminháveis salientadas abrangem a redução dos acidentes de trânsito ocasionados pela diminuição da velocidade dos veículos e a tendência que existe nessas áreas de queda dos índices criminais. Com mais cidadãos nas vias, atividades culturais e de lazer nos espaços coletivos e uma vida urbana mais vibrante proporcionada pela presença de lojas, serviços, cafeterias, restaurantes e residências, há um crescimento na percepção de segurança e de confiança individual, o que a escritora e ativista Jane Jacobs chamou de os “olhos nas ruas”.

Bairros com essas características, de uso misto, são relevantes para a felicidade, saúde e confiança das pessoas, assinala estudo feito em Dublin (Irlanda). O levantamento, que contou com a participação de 1.064 adultos de 16 bairros planejados da capital irlandesa e de seus subúrbios, concluiu que a capacidade de andar a pé pela vizinhança estava diretamente ligada à felicidade dos habitantes com idade entre 36 e 45 anos e, em menor grau, dos moradores na faixa etária dos 18 aos 35 anos. Já para os idosos a importância da caminhabilidade estava associada também a outros fatores da vida, como a saúde e a confiança nos outros.

O estímulo para que as localidades definam medidas que promovam hábitos mais saudáveis e o bem-estar de seus residentes ganhou impulso a partir do Design Ativo (Active Design), movimento iniciado nos Estados Unidos, descreve o site da organização Cidade Ativa. A proposta é incentivar, através do desenho dos municípios, que os indivíduos caminhem mais, subam escadas, pedalem e tenham outras formas de lazer, incorporando de maneira fácil os exercícios em seu dia a dia e tornando as localidades melhores para se viver, complementa artigo do Ecycle. Projetar edificações e infraestrutura urbana mais eficientes energeticamente e sustentáveis são outras metas do Design Ativo.

FONTE: Movimento Somos Cidades